10 de mai. de 2007

Lausanne e Juventude

Por Doug Birds

No mundo de hoje, a voz da juventude não está apenas ganhando força: ela não pode ser ignorada. Com a expansão exponencial da migração global e o aumento da mobilidade, da comunicação global e da tecnologia da informação, os jovens não são apenas os mais afetados como também o meio mais importante de impacto sobre a cultura global e, consequentemente, sobre o futuro. E não é diferente no mundo cristão e na questão da evangelização global.

Mais de cem anos atrás, o Movimento Voluntário de Estudantes nasceu da paixão e energia de jovens para evangelizar até os confins da terra. Assim como a visão determina a trajetória de qualquer movimento, a liderança providencia inércia e força para que o movimento caminhe em uma direção específica. Desta maneira, cada movimento deve prestar atenção à formação e incorporação constante de novas gerações de liderança. A História nos faz lembrar de movimentos vibrantes que negligenciaram este processo de formação de liderança e, subseqüentemente, enfraqueceram e desapareceram.

Hoje em dia, o retrato de um típico cristão global não é mais um homem norte-americano caucasiano, adulto e de classe média. Ao contrário o típico cristão de hoje se pareceria mais com uma africana de dezoito anos de uma denominação carismática independente e de classe econômica mais baixa. Com esta mudança sísmica no centro de gravidade do norte para o sul do globo e da idade adulta para a juventude, Lausanne está buscando ser um movimento que reflete plenamente as realidades demográficas e teológicas da igreja global como um todo. Mesmo que o mundo no qual vivamos esteja mudando, nosso compromisso permanece o mesmo – ajudar a Igreja como um todo a trazer o Evangelho todo para o mundo todo. A diferença, agora, é que nossa compreensão da composição desta igreja e deste mundo precisam estar afinadas com o nosso tempo.

Um bom exemplo destes esforços foi o Encontro de Jovens Lideranças que aconteceu em outubro passado. Foi uma experiência poderosa reunir 550 jovens líderes com, idades entre 25 e 35 anos, de 112 países de todo o mundo! Este grupo representa um microcosmo da igreja global. 28% dos participantes eram da Europa, América do Norte e Austrália. 7% eram do Leste Europeu. A maiora – 65% - eram da África, América Latina e Ásia. Nosso compromisso em trazer a Igreja como um todo a levar o Evangelho todo para o mundo todo não foi apenas divulgado: foi abraçado e celebrado.

Planos para eventos multiplicadores deste encontro, que devem acontecer em todas as onze regiões do mundo durante os próximos dois anos, estão em andamento. Estes eventos serão coordenados por nossos diretores regionais. Estamos na expectativa de poder mantê-los informados destes encontros regionais para jovens lideranças à medida que os planos se tornarem realidade.

O movimento de Lausanne não está buscando apenas focar idéias-chave e questões cruciais como também buscar entender quem são as pessoas que Deus está levantando. Lausanne está comprometido em ser um reflexo das realidades globais da igreja, assim como em providenciar uma plataforma para uma nova geração de lideranças – especialmente lideranças do sul global. Como igreja, precisamos ouvir e amplificar as vozes proféticas de nossos jovens tanto do norte quanto do sul. É nossa esperança que, ao prover uma plataforma, possamos ouvir as vozes que representam toda a Igreja, todo o Corpo de Cristo. O movimento de Lausanne está buscando encontrar um novo equilíbrio em que sul e norte, jovens e experientes possam interagir uns com os outros de um modo sinérgico baseado em vocação, visão, necessidades, recursos e respeito mútuo.

Muitos dos atuais líderes mais velhos do movimento de Lausanne, incluindo este que vos fala, emergiram de um encontro de jovens lideranças organizado na Cingapura em 1987. Participantes deste encontro estão agora planejando um reencontro para comemorar os 20 anos do evento que vai acontecer em Budapeste, na Hungria, em junho deste ano. Este encontro celebrará os relacionamentos estabelecidos e também irá refletir no impacto estratégico daquele evento em 1987 sobre vidas e ministérios. Todo movimento precisa da experiência daqueles que já trilharam o caminho à nossa frente, o compromisso daqueles que estão engajados hoje no ministério e também a liderança, o entusiasmo, a vitalidade e a promessa de uma nova geração.
À medida que planejamos e oramos pelo futuro, sejamos conscientes e cuidadosos no desenvolvimento e refinamento da juventude que irá nos energizar e liderar durante a próxima etapa da evangelização global.

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